A mulher sempre soube que F era um porco. Não, não era só a depressãozinha insinuante...
F era um mentiroso compulsivo, um bebedor compulsivo, um fumador compulsivo e um agressor em potência. F também adorava misturar-se com a escumalha (drogaditos, ladrõezecos, vagabundos e outros tantos que tal). Tentava sempre dissimular com frases bonitas e dizia, para se enganar a si próprio, que era uma experiência antropológica.
A mulher sabia que ele era de uma ingenuidade tocante nas explicações que dava sobre si mas ao princípio teve pena. Pensava que era a doença, a tal da depressão, os traumas de infância.... e acreditava que podia mudar as coisas com conversa, carinho, amor e mais conversa...
Mas F nunca quis mudar. Gostava daquilo, de inventar um mundo de mentiras e de estar com gente vazia, sem ideias, onde podia ser o javardo que o trabalho e as obrigações sociais não lhe permitiam. Também pensava que beber o inspirava numa postura romântica do séc. XIX que tanto odiava. Pobre F! Tão tonto!
A mulher finalmente percebeu que tinha de afastar-se daquele curral, daquela porcaria, daquele vómito, se não, um belo dia, ao acordar, estaria a transbordar de merda.
Fim da estória ou talvez não.
PS. (Haverá partes intermédias, ao sabor das vagas)
F era um mentiroso compulsivo, um bebedor compulsivo, um fumador compulsivo e um agressor em potência. F também adorava misturar-se com a escumalha (drogaditos, ladrõezecos, vagabundos e outros tantos que tal). Tentava sempre dissimular com frases bonitas e dizia, para se enganar a si próprio, que era uma experiência antropológica.
A mulher sabia que ele era de uma ingenuidade tocante nas explicações que dava sobre si mas ao princípio teve pena. Pensava que era a doença, a tal da depressão, os traumas de infância.... e acreditava que podia mudar as coisas com conversa, carinho, amor e mais conversa...
Mas F nunca quis mudar. Gostava daquilo, de inventar um mundo de mentiras e de estar com gente vazia, sem ideias, onde podia ser o javardo que o trabalho e as obrigações sociais não lhe permitiam. Também pensava que beber o inspirava numa postura romântica do séc. XIX que tanto odiava. Pobre F! Tão tonto!
A mulher finalmente percebeu que tinha de afastar-se daquele curral, daquela porcaria, daquele vómito, se não, um belo dia, ao acordar, estaria a transbordar de merda.
Fim da estória ou talvez não.
PS. (Haverá partes intermédias, ao sabor das vagas)
2 comentários:
a última parte é de uma violência atroz, talvez fruto de um rancor explosivo. A pensar com mais calma sobre o conteúdo.
Beijo e abraço
p.s.: respira sempre fundo antes de fazer força
Alexandre! Alexandre!
Depois daquela mulher ter sido sugada até ao tutano, de ter sido maltratada e agredida, parece-me que o rancor dela é pequeno. Pensei po-la a gritar, a rebentar tempestades, a desprender amarras e a soltar lava do interior das entranhas. Mas afinal preferi a contenção.
Talvez esse mulher se revolte na solidão da sua casa, mas isso é adiantar a história.
Beijinhos
Aninhas
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