24 setembro 2008

Para ti

















Hoje foste a enterrar "Rosa da menina".
Estava um dia bonito e luminoso como os teus olhos azuis
e o teu ar gaiato, apesar da idade.
Soprou uma brisa da serra que te viu nascer
e senti que pairavas sobre nós.
Que a terra te seja leve!

PS. Agradeço que não comentem este texto.

22 setembro 2008

Na Hora de Pôr a Mesa: uma saudade
















Na Hora de Pôr a Mesa
(a partir do livro A Criança em Ruínas, de José Luís Peixoto)

Inserido no ciclo temático
Isto é o que as mulheres têm para dizer se se considerar útil escutá-las*

Espectáculo estreado em Braga a 21 de Novembro de 2002.

Co-produção: O Cão Danado e Companhia
Biblioteca Pública de Braga

O texto


Na Hora de Pôr a Mesa não é uma adaptação do livro A Criança em Ruínas de José Luís Peixoto, é antes uma apropriação emotiva, uma reinvenção, da qual resultou um texto dramático - nosso.
Escolhemos apenas alguns poemas mas todos os que ficaram para trás permaneceram dias e dias na nossa cabeça….
Apenas serviam menos a estrutura do texto que queríamos construir.
Neste processo coube um papel importante às improvisações como forma de testar as palavras, o seu ritmo, a sua cadência dramática…Foi assim que, fragmentando alguns poemas ou escolhendo frases de outros, escrevemos esta história – a nossa, apenas e só, uma das muitas possíveis a partir deste livro.
A José Luís Peixoto, muito obrigada por esta liberdade!

Tentativa de sinopse
Esta é uma história de amor e morte como todas as histórias de amor.
É a história do sangue a ferver sob a pele igual aos dias antes de tudo.
É a história do que ficou para trás…ruínas!

Falar deste espectáculo é, também, falar da casa de todas as memórias e da importância dela… da família e da importância dela…do amor (que não chega nunca) e da importância dele… do acto criativo como forma de viver, de suportar…e da importância dele.
Este espectáculo é, também, um encontro entre a poesia e o teatro.
Ana Bettencourt



Do autor
O amor só pode existir enquanto contradição. Essa é a sua natureza..."
"Apesar de difícil, também o amor é aquilo a que de melhor podemos aspirar."
"A casa…é o reduto mais interior de cada indivíduo. Os alicerces, as paredes que, ao longo dos anos, cada pessoa constrói à sua volta. Nesse sentido cada pessoa é uma casa. Cada pessoa é um espaço onde resquícios do passado permanecem no presente. Também as pessoas têm divisões: quartos e salas. As pessoas – ou melhor, aquilo que mais conta nas suas vidas - constituem, para mim, a matéria fundamental da escrita.
José Luís Peixoto, in” Diário de Notícias”, 6 de Novembro de 2002



O processo
Este espectáculo começou com a descoberta do livro A Criança em Ruínas de José Luís Peixoto e o desejo de partilhar as emoções que me provocou.
O actor deste monólogo não foi passível de negociação. Foi sempre o Paulo Moura Lopes pela sua capacidade de dádiva, generosidade e poética.
Sempre quis controlar o processo na sua quase totalidade. Não queria deixar fugir o universo onírico e emotivo que criara na minha cabeça e reproduzi-lo era abarcar as diferentes linhas criativas: a encenação, a cenografia, os figurinos e a própria fotografia de cena.
Mas sempre soube ouvir os diversos intervenientes neste espectáculo: as propostas do actor dura
nte as improvisações – fulcrais para a apropriação e reinvenção do texto original, as propostas do desenhador de luz, do sonoplasta, dos amigos…
Todos contribuíram para o figurino final deste espectáculo e para que ele se tornasse neste universo onde balanço, sem cessar, entre a entrega total e o afastamento, onde sofro, choro, rio, brinco…
O barco continua a navegar…


O azul é infinito!
Ana Bettencourt in “Notas de Encenação

Ficha artística e técnica

Encenação: Ana Bettencourt
Cenografia/figurinos: Ana Bettencourt
Quadro de Cena: Barbara Walraven
Desenho de Luz: Nuno Meira
Sonoplastia: Guilherme Costa
Fotografia de cena: Ana Bettencourt
Design gráfico: Nuno M. Cardoso

Elenco: Paulo Moura Lopes

Operação de luz: Luís Ribeiro/Kátia Santos
Operação de som: Ana Ferreira

* Oresteia, Ésquilo.


Imagem fugaz das margens dos rios

Vieste com a chuva, de mansinho, avassaladoramente.
Gostava de guardar-te na caixinha dourada das memórias mais bonitas, mas deixar-te-ei desaparecer nas brumas do rio do esquecimento

21 setembro 2008

Recordação das horas e dos espaços em que vos fui vendo e observando ou 4 alucinações em dia de chuva

Gosto dos dias de chuva.
De estar, assim, no silêncio da minha sala.
Nestes dias tendo a interrogar-me
sobre as coisas
e as pessoas
e a escavar fundo dentro de mim.

E sinto falta de ti que me abrigavas toda,
como se eu fosse ainda mais menina,
das mãos enormes e esguias que me festejavam de mansinho,
do corpo possante que me alterava a respiração,
dos lábios rubros de cereja.

Onde estás?
Ou será que ainda não existes?

Filmes revesitados

Clube de Combate

Realizador: David Fincher
Intérpretes: Brad Pitt, Edward Norton, Helena Bonham-Carter, Meat Loaf, Jared Leto
EUA, 1999.

De como a solidão pode ser
demasiado ruidosa e destrutiva!


E de como Edward Norton está sublime!

18 setembro 2008

Os meus filmes de Setembro


O Segredo de um Cuscuz
Título original: La Graine et le Mulet
De: Abdel Kechiche
Com: Habib Boufares, Hafsia Herzi, Farida Benkhetache
Género: Drama
FRA, 2007, Cores, 151 min.

Um fime que nos faz participar intensamente. Surpreendente!

"Na cidade costeira de Sète, França, o Sr. Beiji, pai de família de sessenta anos com um emprego precário, esforça-se por manter a família unida, apesar de todas as tensões que os rodeiam e que parecem estar perto de entrar em ebulição. Sente que falhou e o seu sonho é abrir um restaurante. Aos poucos, a família começa a apoiá-lo nesse sonho que talvez consiga vir a concretizar. "O Segredo de um Cuscuz" é realizado por Abdellatif Kechiche, que já tinha assinado A Esquiva".
PÚBLICO

Prémio Especial do Júri do Festival de Veneza de 2007, grande vencedor dos Césares e do Prémio Louis Delluc.




Caramel
Título original: Caramel
De: Nadine Labaki
Com: Nadine Labaki, Yasmine Elmasri, Joanna Moukarzel
FRA/Líbano, 2007, Cores, 95 min.

Um filme sobre mulheres filmado por uma mulher. A ver e a sorrir.

"Em Beirute, cinco mulheres cruzam-se num salão de beleza, um microcosmos colorido em que várias gerações se encontram e partilham segredos e intimidades. Layale é amante de um homem casado e vive na esperança que ele deixe a mulher um dia. Nisrine é muçulmana e vai casar-se em breve, mas já não é virgem e teme a reacção do futuro marido quando ele descobrir. Rima vive atormentada pela sua atracção por mulheres, especialmente uma cliente do cabeleireiro. Jamale vive obcecada pela idade e pelo físico. E Rosa sacrificou a sua vida pessoal para tratar da irmã. No salão, os homens, o sexo e a maternidade são os temas de conversa. Conversas íntimas, que gozam de uma liberdade que não têm no mundo exterior." PÚBLICO

Ainda as férias e o mar


Monte Louro e Lagoa, Muros, Galiza - um lugar surpreendente
e de uma beleza invulgar.

Praia da Areia Larga, em frente à lagoa do Monte Louro.


Praia do Ancoradouro - um recanto onde todos são uma família.

Pôr do Sol no Ancouradoro - um ritual partilhado todos os dias.

05 setembro 2008

Alentejo VI: Praia dos Alteirinhos - Zambujeira



Um paraíso em ponto pequeno. Um espaço para comungar com a natureza, sem preconceitos.

Algarve: Viagem pela Ribeira de Odeceixe

Pezinhos cansados no fim do dia.

Entardecer.

Recanto.


Praia.

Foz.

Alentejo VI: Carvalhal


Praia do Carvalhal.

Monte e forninho com vista para o Carvalhal.
Lindo!!!!



E o sonho de ser dona desta casinha.

Alentejo V: Porto da Barca - Zambujeira

Fim de tarde no Porto da Barca e uma conversa com o pescador.

Alentejo IV:Monte

Arredores da Zambujeira.

04 setembro 2008

Desabafo genérico

Os homens são complicados e percebem pouca das mulheres.
Há que dar-lhes espaço, tempo... Não as sufocar.
Há que saber ouvi-las e por vezes acreditar no que dizem.
Mesmo que não expliquem tudo há sempre uma razão forte por detrás de uma decisão que poderá parecer ridícula.

02 setembro 2008

Alentejo III: Zambujeira do Mar


Dez anos depois da primeira visita continuo a gostar de estar aqui. Há um encanto qualquer neste sítio pequenino, junto ao mar.

Alentejo II: arrozais de Alcácer do Sal


Onde apetece repousar o olhar.

Alentejo I: árvores em sangue



Algures entre Grândola e Alcácer do Sal a imensidão de sobreiros desnudados entram-nos pelos olhos dentro. Estão ali, vivos, mas depojados, jorrando sangue pelas feridas abertas.