Fingir que está tudo bem:
o corpo rasgado e vestido com roupa passado a ferro,
rastos de chama dentro do corpo, gritos desesperados sobre as conversas:
fingir que está tudo bem...
o sangue a ferver sobre a pele igual aos dias antes de tudo,
tempestades de medo nos lábios a sorrir:
será que vou morrer? Será que vou morrer?
(...)
ferro em brasa, fogo, silêncio e chuva que não se pode dizer:
amor e morte:
fingir que está tudo bem:
ter de sorrir:
um oceano que nos queima, um incêndio que nos afoga.
(José Luís Peixoto, A Criança em Ruínas, Ed. Quasi - adaptado)
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1 comentário:
Hummm, muito gostas das palavras do Luís Peixoto.
Bonito o blog. Junto do mar no noroeste, ele há coincidências...
Abraço daqui junto ao mar da memória
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