22 setembro 2008

Na Hora de Pôr a Mesa: uma saudade
















Na Hora de Pôr a Mesa
(a partir do livro A Criança em Ruínas, de José Luís Peixoto)

Inserido no ciclo temático
Isto é o que as mulheres têm para dizer se se considerar útil escutá-las*

Espectáculo estreado em Braga a 21 de Novembro de 2002.

Co-produção: O Cão Danado e Companhia
Biblioteca Pública de Braga

O texto


Na Hora de Pôr a Mesa não é uma adaptação do livro A Criança em Ruínas de José Luís Peixoto, é antes uma apropriação emotiva, uma reinvenção, da qual resultou um texto dramático - nosso.
Escolhemos apenas alguns poemas mas todos os que ficaram para trás permaneceram dias e dias na nossa cabeça….
Apenas serviam menos a estrutura do texto que queríamos construir.
Neste processo coube um papel importante às improvisações como forma de testar as palavras, o seu ritmo, a sua cadência dramática…Foi assim que, fragmentando alguns poemas ou escolhendo frases de outros, escrevemos esta história – a nossa, apenas e só, uma das muitas possíveis a partir deste livro.
A José Luís Peixoto, muito obrigada por esta liberdade!

Tentativa de sinopse
Esta é uma história de amor e morte como todas as histórias de amor.
É a história do sangue a ferver sob a pele igual aos dias antes de tudo.
É a história do que ficou para trás…ruínas!

Falar deste espectáculo é, também, falar da casa de todas as memórias e da importância dela… da família e da importância dela…do amor (que não chega nunca) e da importância dele… do acto criativo como forma de viver, de suportar…e da importância dele.
Este espectáculo é, também, um encontro entre a poesia e o teatro.
Ana Bettencourt



Do autor
O amor só pode existir enquanto contradição. Essa é a sua natureza..."
"Apesar de difícil, também o amor é aquilo a que de melhor podemos aspirar."
"A casa…é o reduto mais interior de cada indivíduo. Os alicerces, as paredes que, ao longo dos anos, cada pessoa constrói à sua volta. Nesse sentido cada pessoa é uma casa. Cada pessoa é um espaço onde resquícios do passado permanecem no presente. Também as pessoas têm divisões: quartos e salas. As pessoas – ou melhor, aquilo que mais conta nas suas vidas - constituem, para mim, a matéria fundamental da escrita.
José Luís Peixoto, in” Diário de Notícias”, 6 de Novembro de 2002



O processo
Este espectáculo começou com a descoberta do livro A Criança em Ruínas de José Luís Peixoto e o desejo de partilhar as emoções que me provocou.
O actor deste monólogo não foi passível de negociação. Foi sempre o Paulo Moura Lopes pela sua capacidade de dádiva, generosidade e poética.
Sempre quis controlar o processo na sua quase totalidade. Não queria deixar fugir o universo onírico e emotivo que criara na minha cabeça e reproduzi-lo era abarcar as diferentes linhas criativas: a encenação, a cenografia, os figurinos e a própria fotografia de cena.
Mas sempre soube ouvir os diversos intervenientes neste espectáculo: as propostas do actor dura
nte as improvisações – fulcrais para a apropriação e reinvenção do texto original, as propostas do desenhador de luz, do sonoplasta, dos amigos…
Todos contribuíram para o figurino final deste espectáculo e para que ele se tornasse neste universo onde balanço, sem cessar, entre a entrega total e o afastamento, onde sofro, choro, rio, brinco…
O barco continua a navegar…


O azul é infinito!
Ana Bettencourt in “Notas de Encenação

Ficha artística e técnica

Encenação: Ana Bettencourt
Cenografia/figurinos: Ana Bettencourt
Quadro de Cena: Barbara Walraven
Desenho de Luz: Nuno Meira
Sonoplastia: Guilherme Costa
Fotografia de cena: Ana Bettencourt
Design gráfico: Nuno M. Cardoso

Elenco: Paulo Moura Lopes

Operação de luz: Luís Ribeiro/Kátia Santos
Operação de som: Ana Ferreira

* Oresteia, Ésquilo.


1 comentário:

Paulo Moura Lopes disse...

Gostaria de voltar a repetir.
Foi, apesar de todas as dificuldades o espectáculo que mais gostei de fazer.
Obrigado
paulomouralopes@hotmail.com